Procurei a luz e não estava,então julguei de longe a força
e achei tempos de esplendor
no horizonte que passara
sem nunca chegar,
essência de horizonte,
resplendor.
Para que nasça a luz,
acendo o amor.
http://daterraverde.blogspot.com
Procurei a luz e não estava,
Há quase seis anos que vivemos em Ardilheiro, ao pé do Pico Sacro. Foi uma volta à pátria do teimoso clã dos Pelaios.
A cerimónia da Páscoa sempre me pareceu a mais autêntica e comunitária das propostas pela Igreja Católica. Em muitas ocasiões chegue até capelas de corpo pequenino e adro grande a celebrar a bênção do lume e da água, que sempre me pareceu uma viagem de volta aos dias ancestrais de comunidade. Na Quinta Angústia, em Compostela, naquela igrejinha que semelha pegada de aldeia na cidade, o festejo era especialmente partilhado com fogueira grande no átrio e reparto de rosca final. Esse misticismo errante perde-me e acha-me nestas comunhões .
Ontem saímos a passear daquele jeito grande que já quase tínhamos esquecido e que volta nestes tempos de retorno ao lar e ao comedido. Parece que a crise económica global é um incentivo para fazer uma outra coisa do consumo e consumir mais amizade, mais tempo, mais leitura, mais família e mais sorrisos. Voltamos a um sistema holístico, no que o egocentrismo do gasto plástico se anula num crédito de ruas plenas e palavras ao vento. A comunidade, a festa retornam.
Na Ponta da Barca unem-se com tal força pedra, mar e céu que sempre há um tempo de energia para acumular e um sentido panteísta da existência para acreditar na vida mesma . A surpresa das ondas exprime uma ideia de milagre que torna mística qualquer forma de admiração.
Ah, sim! Tenho o cabelo vermelho. Coisas de Mariana, a cosmética e a primavera. Vontade de florir.