Contam que o tempo também viaja sozinho e chega a onde há muitos estranhos, como os migrantes, como nós.
As migrações foram parte da minha vida desde que nasci e soube que Buenos Aires estava em casa a repartir lembrança permanecida, mas Buenos Aires era também de onde chegara o dinheiro para comprar a casa e vinheram as revistas, e os livros, e as cartas, as fotografias, aquelas mantilhas de fina seda , tudo desde Buenos Aires no baú do Avô ou nos correios. E escutei à minha Avó suspirar pelo seu irmão que levava no Brasil anos sem conta, e na minha aula uma menina tinha um irmão de pai alemão, porque a mãe trabalhava na Alemanha, e a Venezuela era terra conhecida - amigos lá estavam- a Suíça era nomear de tantas pessoas…e meu fatinho especial chegara com Luís e Rosa da Inglaterra, e alguém estava na Austrália e Merceditas nascera em Cuba… Por isso os velhos que perdiam memória voltavam às memórias e contavam do seu mundo grande, agora fechado entre o escasso trajecto dos passinhos.
Éramos uma terra de emigrantes e somos. Agora também somos terra de imigrantes.
O primeiro contacto foi pela via dos sentimentos, e desde o amor eros partiu ao amor ágape. Cheguei a ser Secretária da Casa Latino-Americana na Galiza, a viver vidas e conhecer tempos e partes de vida repartida… no Foro de Imigração… na mesma alma. Tornei mundo en mundo e parti para tornar o longe perto sempre.
Agora que conheci pele escura e combo, compreendo de mais perto a realidade. Compreendo os silêncios que não choram, que cantam alto porque alto precisam Caribe, abraço, natal e filho e sabem que lágrima apenas enche lágrima.
É forte o caminho de ida e vinda. Eles chegam sós e criam redes. São diferentes, somos distintos. Lamentam breve, escutam ritmos de tempo azul, moram em referência a locutórios, transferências bancárias, fotografias, saudade…
As migrações foram parte da minha vida desde que nasci e soube que Buenos Aires estava em casa a repartir lembrança permanecida, mas Buenos Aires era também de onde chegara o dinheiro para comprar a casa e vinheram as revistas, e os livros, e as cartas, as fotografias, aquelas mantilhas de fina seda , tudo desde Buenos Aires no baú do Avô ou nos correios. E escutei à minha Avó suspirar pelo seu irmão que levava no Brasil anos sem conta, e na minha aula uma menina tinha um irmão de pai alemão, porque a mãe trabalhava na Alemanha, e a Venezuela era terra conhecida - amigos lá estavam- a Suíça era nomear de tantas pessoas…e meu fatinho especial chegara com Luís e Rosa da Inglaterra, e alguém estava na Austrália e Merceditas nascera em Cuba… Por isso os velhos que perdiam memória voltavam às memórias e contavam do seu mundo grande, agora fechado entre o escasso trajecto dos passinhos.
Éramos uma terra de emigrantes e somos. Agora também somos terra de imigrantes.
O primeiro contacto foi pela via dos sentimentos, e desde o amor eros partiu ao amor ágape. Cheguei a ser Secretária da Casa Latino-Americana na Galiza, a viver vidas e conhecer tempos e partes de vida repartida… no Foro de Imigração… na mesma alma. Tornei mundo en mundo e parti para tornar o longe perto sempre.
Agora que conheci pele escura e combo, compreendo de mais perto a realidade. Compreendo os silêncios que não choram, que cantam alto porque alto precisam Caribe, abraço, natal e filho e sabem que lágrima apenas enche lágrima.
É forte o caminho de ida e vinda. Eles chegam sós e criam redes. São diferentes, somos distintos. Lamentam breve, escutam ritmos de tempo azul, moram em referência a locutórios, transferências bancárias, fotografias, saudade…
Somos diferentes, foram distintos. Lamentamos breve, escutamos ritmos de tempo verde, moramos em referência a cartas, transferências bancárias, fotografias, saudade… Somos… na memória o mesmo alento.
Na rede uma outra rede .
Se não nos enredamos, ficaremos frios como os peixes.
Se não nos enredamos, ficaremos frios como os peixes.
Por isso na pele nasceu ritmo de combo e uma nova cor café com leite.
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